domingo, 6 de julho de 2008

Football Business Club

Hoje a tarde eu assistia ao jogo do Atlético-MG contra o meu desfalcado Verdão, quando, durante a partida comentou-se na TV sobre a janela de negociações para o mercado dos times europeus que se abre logo no próximo mês. O alvo dos comentários era o elenco do Palmeiras, pricipalmente Valdívia é claro. A saída do craque é dada como certa em agosto, pelo menos assim acreditam a maioria dos profissionais da crônica de futebol.

Enquanto isso em campo, via-se São Marcos em dia inspirado, salvando a confusa, e sem culpa, defesa do time que jogava junta pela primeira vez. O zagueiro Jéci chegou essa semana, na quinta-feira, e hoje já jogou. Uma defesa desmontada pela dinâmica do futebol globalizado, que tem, como todo o processo de globalização, por lógica, a divisão internacional do trabalho, em que alguns países extraem matéria-prima e outros produzem e exportam bens manufaturados.

Se compararmos o genial futebol brasilieiro ao mundo maravilhoso do futebol negócio europeu, temos o Brasil mais uma vez como o exportador de matéria-primas que se espera dele, o país celeiro do mundo até no futebol. Hoje o Palmeiras, assim como tantos outros times, mostrava o que significa ser refém desse processo, além do próprio Valdivia, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, não estavam em campo Henrique, que ficou apenas quatro meses (graças a Deus!!!) e foi negociado, pasmem, ainda não se sabe com quem, pois o Barcelona não confirmou a sua contratação, Leandro, que depois de enroladas negociações com o Porto teve seu empréstimo extendido pelo clube português que ainda, por má vontade, não encaminhou os documentos que liberam o jogador, Kléber, que vive situação muito semelhante com seu time ucraniano, mas o jogador esteve ausente em campo cumprindo a suspensão pelo cartão vermelho na última partida, Diego Cavalieri, que foi liberado para ir à Inglaterra discutir sua possível contratação pelo Liverpool, além de Élder Granja, que estava fora por contusão.

Sei que esse futebol negócio só acaba se um dia o próprio capitalismo vier abaixo, e como isso não está ao alcance de acontecer amanhã ou depois, não vejo grandes mudanças positivas nesse cenário para o futebol de clubes brasileiro, que apesar das dificuldade continuarão existindo.

Nessa onda de pensar em planos mirabolantes para manter os jogadores por um pouco mais no país, sempre gostei de imaginar a possibilidade de uma seleção formada só por jogadores que atuassem aqui. Radical assim mesmo. Sei que isso não acontecerá, porque o futebol é negócio, e as pressões do mercado internacional não permitiriam que isso acontecesse, a Nike que gasta milhões em patrocínio nessa seleção precisa dos medalhões nos jogos que a CBF realiza em Londres e por aí afora. Mas como disse, gosto de pensar na possibilidade, e de acreditar nela como se pudesse forçar o craque a ficar um pouco mais aqui, não sei se daria certo, mas sempre me pego escalando essa seleção, e não sei se ela ficaria muito atrás da comandada pelo Dunga.

A minha seleção nacional saíria assim:

1. Marcos (Pal) ou Ceni (SPO)
3. Thiago Silva (Flu)
4. Alex Silva (SPO)
2. Leo Moura (FLA)
6. Leandro (Pal)
5. Pierre (Pal)
8. Hernanes (SPO)
7. Kléberrson (Fla)
10. Thiago Neves (Flu)
9. Leandro Amaral (Vas)
11. Alex (Int)

Só gostaria de ver o futebol brasileiro cheio de craques em campo. Não agüento mais ficar assistindo jogos europeus pra ver grandes elencos, saudades da época em que os grandes jogadores ficavam pelo menos alguns anos no time, e quando tinham que sair, era em direção a qualquer outro clube brasileiro.

Enfim... o Verdão conseguiu um empate com o Atlético-MG, a arbitragem errou dos dois lados em uma atuação bisonha, São Marcos pegou até pênalti, e no fim das contas o Palmeiras (5º) tem 17 pontos, assim como Vitória (4º), Grêmio (3º) e Cruzeiro (2º), o Flamengo é o líder com 22 pontos.

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